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Série III / Anno 16 / Número 1-4
1941
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Todas as pessoas que professam as ciências físico-químicas e naturais, ou as suas aplicações, sentem a confusão que vai pelo mundo culto na nomenclatura científica. Do instante problema de estabelecer regras para nomear e escrever com correcção, brevi-dade e clareza as coisas de que a ciência e a técnica se ocupam especialmente e de que o vulgo se utiliza têm tratado várias enti-dades internacionais. Cumpre citar em primeiro lugar, pela vastidão do seu domínio, o Instituto Internacional de Cooperação Intelectual, que em 1932, a solicitação de diversas organizações cientí-ficas internacionais, de carácter mais restrito, entendeu necessário estabelecer um vocabulário científico e técnico, coordenando os termos que os diferentes ramos da ciência e da técnica utilizam, muitos dos quais são comuns, mas que são empregados tam diver-samente, aproveitando para isso o concurso dos trabalhos que as organizações internacionais tenham preparado, cada uma no seu campo.
Nos números 7 e 8 da «Scientia», de 30 de Janeiro de 1936, revista de divulgação científica dos estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, publica o então estudante de medicina, Ex.mo Snr. Eduardo Freitas da Costa, um artigo com o título «Sôbre a tensão superficial». Só agora, incidentalmente, tivemos conhecimento do referido artigo o que justifica só nesta ocasião fazermos reparos à doutrina nêle expendida, lastimando não conhecermos as verificações experimentais e as observações realizadas pelo seu autor no Instituto de Química da Faculdade de Ciências de Lisboa.
Em dois Artigos que publiquei O dei notícia de ter isolado o princípio activo duma planta medicinal, o Galium mollugo, e mostrei a sua acção sôbre algumas doenças do fígado, principalmente sôbre a chamada icterícia catarral. Para esse princípio activo, que é um glucosídeo, propuz então o nome de gomesosideo, em homenagem a Bernardino António Gômes. Nesses Artigos, que tinham carácter médico e não carácter químico, dizia eu sumáriamente que se devia tratar dum glucosídeo flavanónico de fórmula C28H34O152H2O, formado por duas hexoses ainda não identificadas e por uma dioxi-metoxi-flavanona.
Alguns industriais de conservas de peixe solicitaram, através do respectivo Grémio, a intervenção do seu Organismo de coordenação económica, o Instituto Português de Conservas de Peixe, para resolver um acidente que havia surgido na fabricação e que consistia num anormal bombeamento das latas de conservas, o qual só aparecia passado um mês e mais após o fabrico. Estas latas não apresentavam nenhuma anormalidade às provas vulgares de obser-vação e toque usadas ante-encaixotamento, o que impossibilitava qualquer espécie de controle. Fui encarregado dêsse estudo, por determinação da Direcção do I. P. C. P., onde há anos exerço funções técnicas.
União Internacional de Química. Regras relativas ã nomenclatura dos compostos minerais. Relatório da Comissão de Reforma da Nomenclatura de Química Inorgânica - 1940.
Sessão ordinária de 16 de Abril de 1940 Presidente - Sr. General Achilles Machado. Secretários - Eng. Coelho Gonçalves e Dr. Manuel Soares. Sócios presentes - Srs. Prof. Charles Lepierre, Dr. Rebelo da Silva, Prof. Pereira Forjaz, Dr. Custódio Valente, Eng. Eduardo Silva e Drs. Borges de Almeida, Kurt Jacobsohn e Armando Gibert. Aberta a sessão, foi lida e aprovada a acta da sessão anterior. Lido o expediente entrou-se na ordem do dia, sendo dada a pa-lavra ao Sr. Dr. Kurt Jacobsohn.
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