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Série II / Número 167 / Volume 46
Janeiro 2023
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DOI: 10.52590/M3.P704

Pequenas moléculas puramente orgânicas, denominadas organocatalisadores, vieram revolucionar a forma de sintetizar moléculas em diversos domínios, desde a síntese de produtos naturais à descoberta de fármacos. Estas pequenas moléculas são constituídas essencialmente por átomos de carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio, enxofre e fósforo e possuem a capacidade de imitar a natureza, em particular a catálise enzimática efetuada por um elevado número de enzimas naturais.


A isatina (ou 1H-indole-2,3-diona) é um composto heterocíclico muito cobiçado nas áreas da química medicinal e sintética devido à sua estrutura particularmente versátil no que diz respeito à possibilidade de modificação estrutural e no leque imenso de aplicações que possui. Nos últimos anos tem sido vastamente modificada de forma a provar o seu interesse como potencial fármaco. Neste artigo pretende-se mostrar o trabalho realizado por nós no âmbito do design e síntese de novas famílias de compostos do tipo oxindole, e de mostrar a sua potencial aplicação em duas doenças preocupantes da atualidade, a doença de Alzheimer e o cancro.


A teoria do estado de transição (TST) é considerada a pedra angular no estudo teórico da cinética das reações químicas, tendo revolucionado a compreensão da reatividade e seletividade química a partir do início do século XX. Apesar das suas limitações e simplicidade, a TST tem sido notavelmente bem-sucedida na previsão e interpretação de constantes de velocidade experimentais. Contudo, existem determinadas situações que requerem o uso de adaptações e extensões à formulação original da TST. Este artigo demonstra a utilidade de duas dessas versões da TST na conceção computacional de compostos químicos e de novas rotas sintéticas com base nos princípios da Química Verde.


Os cristais estão em toda a parte das nossas vidas, sendo usados em campos tão diversos como a eletrónica, a alimentação e a produção de medicamentos. A preparação destes materiais é normalmente realizada por recristalização em solução, um processo extremamente sensível às condições experimentais e, por isso, difícil de controlar. Neste trabalho será apresentada uma visão geral da produção de cristais, o impacto das condições de cristalização na estrutura cristalina, e como isso pode influenciar as propriedades de um material.


A Química, tal como todas as áreas do saber, tem uma linguagem e vocabulário próprios. Não é possível ensinar e aprender química sem conhecer a nomenclatura e as regras na qual esta assenta, tarefa que, apesar de essencial, nem sempre é fácil. Neste artigo pretendemos apresentar uma metodologia para explorar algumas das regras de nomenclatura de Química Orgânica, com alunos de 12.° ano que estudam Química, preferencialmente em conjunto com Biologia, uma vez que muitos destes alunos, pelos seus interesses, estão focados em ingressar em cursos nas áreas da Saúde ou da Bioquímica. Nesse sentido, delineou-se um projeto interdisciplinar - Domínio de Articulação Curricular (DAC) - entre as duas disciplinas, abordando, entre outros, o subtema “O uso da Anestesia e o seu impacto na saúde”. Recorreu-se à metodologia de projeto de modo a desenvolver nos alunos competências associadas ao Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO) e, ao mesmo tempo, à gamificação, com o intuito de os motivar e promover o seu desenvolvimento cognitivo.