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Série II / Anno 5 / Número 5-12
1920
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Na fabricação dos adubos azotados sintéticos o azoto que se emprega vai-se buscar à atmosfera, em que existem 79 °/o aproximadamente dêsse elemento. É de todos conhecido que a fixação directa do azoto atmosférico a fazem algumas plantas, pertencentes à grande família das leguminosas. O facto dostas plantas concorrerem para melhorar o solo é conhecido desde a mais remota antiguidade. TEOFRASTO e PLÍNIO consignaram-no já, e daí resultou que as leguminosas passaram a ser consideradas plantas melhoradoras do solo, em contraposição aos cereais, plantas que esgotam o solo.
O sistema periódico. Desde 1815 o químico inglês PROUT imaginou que os átomos dos diferentes elementos fossem o resultado de condensações diferentes do átomo do hidrogénio, a que êle chamou elemento primordial ou protil. Admitindo esta hipótese, os pesos atómicos teriam que ser todos representados por números inteiros; mas, como os resultados das experiências não confirmaram esta conclusão, a hipótese de PROUT foi posta de parte.
Em Setembro de 1892 fomos incumbidos pela justiça do exame toxicológico de um vinho suspeito, enviado da comarca de Vila Nova de Cerveira. Do respectivo relatório que enviámos à justiça extractámos a parte que respeita à análise química, e à investigação do alcalóide.
Êrro farmacêutico. Estricnina em vez de santonina nuns pós vermífugos. Não é coisa para causar espanto, nos anais da toxicologia portuguesa, a investigação e descoberta dos alcalóides vegetais em casos de envenenamento. Das estatísticas publicadas no Instituto, de Coimbra consta que os peritos encarregados, naquela cidade, das análises toxicológicas, no período de 1859 a 1871, os srs. drs. F. A. ALVES e SERRA DE MIRABEAU, determinaram num caso, a atropina, que foi extraída de um decocto desfolhas de beladona 2, e num outro caso, a estricnina. Desta última investigação encontra-se, no jornal já citado, um extracto 3, no qual são apontados os métodos que foram usados para descobrir aquele alcalóide em vísceras suspeitas, métodos entre os quais figura o de STAS.
No di a 23 de Dezembro de 1920, davam entrada em minha casa várias publicações scientíficas, gentilmente oferecidas pelo seu autor, o dr. MÁRIO BASTO WAGNER, logo que soube, por um amigo seu, hoje aqui presente, quanto era vivo o meu desejo de as conhecer, desde que, a seu respeito, tinha ouvido as mais Ii-songeiras referências. Quinze dias mais tarde e perante solicitação minha, para me indicar lugar onde nos avistássemos e pudéssemos trocar impressões sôbre algumas das obras recebidas, quis êle ter a penhorante amabilidade de me visitar, proporcionando-me, dêste modo, um belo ensejo, para agradibilíssima conversação, que durou algumas horas e se repetiu noutras ocasiões.
FRED. SWARTS, professeur à 1''Université de Gand - Coura de chimie inorganique (1 vol., 19,5 cm. X 11,5 cm., 734 págs., Maurice Lamartin, Bruxelles, 1921). Cours de chimie organique, idem, idem. 674 págs