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Série ii / Número 177 / Volume 49
Junho 2025
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Foi em 1976 que o Professor Juan de Dios López González, Catedrático de Química Inorgânica da Universidade de Granada, lançou os alicerces do “Grupo de Adsorção”, congregando investigadores das Universidades e Centros de Investigação de Espanha, e dando início a uma série de simpósios que, mais tarde, ficariam conhecidos como as “Reuniões Ibéricas de Adsorção (RIAs)”. Os grupos de investigação que então despontavam em Portugal nas áreas da Adsorção e Catálise começaram a participar nestas Reuniões a partir de 1978, e desde então têm mantido presença assídua, tendo inclusivamente assumido a organização de oito destes eventos, o último dos quais decorreu no Porto (43.a RIA, 2024). Em vésperas do 50.o aniversário das Reuniões Ibéricas de Adsorção, pareceu-nos oportuno recordar a génese destes encontros temáticos, destacando os seus principais protagonistas, e o seu contributo para o desenvolvimento da investigação, nesta área, em Portugal.

 


A “American Chemical Society” é por todos reconhecida. Mas os tempos fizeram esquecer o nome e o prestígio do seu primeiro presidente, o britânico John William Draper. John William Draper (1811-1882) foi um cientista multifacetado que nos legou realizações significativas em química, medicina, física, fotografia e astronomia. Daniel Gardner foi o autor do primeiro livro de química editado no Brasil. Promoveu o ensino das ciências e a sua institucionalização no território, então sob a bandeira real portuguesa. Merece a nossa plena atenção. Paiva Pereira são os apelidos por via feminina das mulheres de ambos. E, na ascendência e descendência dos citados, encontramos os EUA, o Brasil, a Grã-Bretanha e Portugal. Encontramos, também, a química e muitas outras ciências.


Identificam-se aspetos relacionados com a Química n’Os Lusíadas de Luís de Camões (metais e outros elementos e materiais, especiarias, química do amor, escorbuto, tecidos, pigmentos entre outros) e fazem-se propostas pedagógicas do seu uso no ensino, tanto disciplinar como interdisciplinar.


“Metamorfoses dos Plásticos ” (MoPRA) é um projeto de investigação interdisciplinar que considera os plásticos como uma inovação científica fundamental dos séculos XX - XXI, que permitiu o acesso a uma série de produtos a diferentes classes sociais e  mobilizou a economia e novas indústrias em Portugal. Em contrapartida, esses novos produtos promoveram novos comportamentos de consumo e promoveram impactos ambientais. Assim, tendo em vista a incontestável tensão entre os plásticos como principais agentes de modernidade, comodidade, economia e segurança, mas também como os potenciais danos ao meio ambiente devido à sua persistência e omnipresença, o projeto MoPRA propõe atividades de investigação e comunicação de ciência que promovam debates equilibrados e historicamente informados.  


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